Como todos sabem é uma prática bem comum usar cantigas de rodas, parlendas e versinhos no momento da alfabetização. Às vezes é tão comum que esquecemos a riqueza desse trabalho, por isso hoje vou me dedicar a falar um pouco sobre ele.
Ao começar o 1º ano as crianças vêm com uma única frase pronta: "Eu não sei ler!", o que não é verdade. Eles realmente podem não dominar a leitura convencional, porém sabem ler muitas coisas: rótulos, imagens... Então quando propusermos uma atividade escrita é importante que eles se sintam capazes de realizá-la, por isso o trabalho com cantigas.
Nessas atividades as crianças se divertem e aprendem ao mesmo tempo. Uma prática muito comum é a de cantá-las no pátio da escola, incentivando que todos cantem diversas vezes, e após escrevê-la em cartaz para deixar como apoio na classe. Uma boa cantiga é a "Ciranda, cirandinha", pois ela tem uma dinâmica de roda, onde todos os alunos, um por vez, são convidados a entrar na roda e falar um versinho. Com a repetição da letra da cantiga a criança poderá voltar para classe e fazer com bastante facilidade a leitura com ajuste e atividades lacunadas, ou seja, onde damos uma parte da cantiga e eles devem colocar a palavra que deixamos faltando no lugar adequado, uma variação dessa atividade é usar um banco de palavras, com ele talvez as crianças se sintam mais confiantes.
Outro enriquecimento dessa atividade é a oportunidade de conhecer todos os coleguinhas pelo nome e recitar um verso de domínio popular. Um verso que minha turma ama é: "Batatinha quando nasce espalha a rama pelo chão, menininha quando dorme põe a mão no coração.", mas pode-se usar qualquer outro verso que de repente eles têm no repertório pessoal.
Essa é uma atividade que deve ser feita durante todo o ano letivo, como alfabetizadores não devemos perder a oportunidade de enriquecer nosso trabalho com essa prática.